quinta-feira, 7 de maio de 2009

ESCOLA PRIMÁRIA


Dizem os que por ela passaram:
Vivi meus melhores dias
Não existiu tempo melhor
Que saudade dos velhos tempos


Será que é assim?
Tão saudosa a escola primária
Ou será que querer a ela voltar
É recuperar algo perdido


Algo perdido na escola?
Um texto faltando palavras!
Cadê o sinal daqui?
Um desenho deixei rabiscado
Ou será que o hino não foi cantado.


Ah! São tantas as perdas
A geografia do pátio?
Nunca aprendi
E a história local
Será que existiu?

Rezei ao entrar
Cantei ao sair
Brinquei de rodar
Mais jamais ouvi dizer
A história do lugar



O corpo humano foi aula
A bandeira do país aclamada
Mamíferos e vertebrados foram estudados
Mais não saiu a origem de um misterioso passado


Somar as palavras, todo dia
Diminuir expressões também cabia
Mais dividir e multiplicar?
Só os números porque as idéias não podia.


Rodas de conversa, nunca vi
Teve prova oral
A tabuada decorada
A merenda regada
E foi assim que aprendi


Hoje de tudo há
Livro e lápis colorido
Conversa de amigo
Professor esclarecido
A defender seu torrão


Querer a escola voltar!
O tempo recuperar
Não sei se vai dar
Mais uma história vou contar
Sonho em poder o futuro mudar.








Júnior César Xavier

Um comentário:

  1. Infância querida, desejada, (en)cantada, saudosa por seu um tempo em que realmente éramos “felizes”. A educação primária é o período em construção, é o período do sacrifício e acima de tudo é o período de sonhar, correr e viver. Voltar???...Ah!!!!não!!!!Quero continuar quero experimentar...quero ver e sentir a vida correndo em mim e não tê-la como expectador, ligado a um saudosismo...foi bom enquanto durou, saudades dos sonhos, saudades da minha tabuada que amarelada pelo tempo insiste em dizer-me que sou prova do tempo e que meu lugar está guardado no panteão da saudade e no palco do tempo. Guardei memórias como uma criança guarda a pequena flor para dar ao seu amado mestre no início de um novo dia, de um novo sonho...sonho saudoso. Quero esquadrinhada em minha memória cada cantinho daquele lugar que eu menino corri, que eu menino cai. Minha história cruza-se com cada tijolinho daquela escola, meu sacrifício é marcado pelas dores das primeiras palavras, minhas alegrias são vivas a cada louca carreira que eu dava para ir pra casa na certeza na certeza de voltar para um novo amanhã, um novo dia, um novo sonho. Meus tempos de primário mim dão saudade, hoje tudo se transforma, tudo vira passado rapidamente..as crianças mudaram a concepção de tempo, ou será que foi eu que vivi primário demais?

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